RAMPA

POR

Sérgio Bernardes

A poltrona Rampa é uma síntese do pensamento de seu criador, o arquiteto carioca Sérgio Bernardes (1919-2002): autêntica, única, inovadora e liberta de quaisquer formas ou estruturas preestabelecidas para essa tipologia de produto. Até hoje, mais de 40 anos depois de ter sido projetada, permanece insuperada. Segundo Lauro Cavalcanti: “A cadeira era, para Bernardes, um objeto melancólico. Isto porque, desocupada, parecia estar sempre à espera de alguém para completá-la. O arquiteto se compadeceu dessa forma à espera de complemento e decidiu desenhar uma cadeira que formasse um objeto pleno, mesmo quando vaga. Nasceu, assim, a cadeira-rampa.”
Editada com exclusividade pela Dpot em 2012, tem estrutura multilaminada de madeira, sistema de regulagem e ferragens de aço inoxidável, molas de aço carbono e estofado de tecido de algodão.

MEDIDAS
Altura: 38 a 96 cm
Largura: 89 cm
Profundidade: 120 cm

MATERIAIS E ACABAMENTO
Compensado de madeira, aço inox, espuma.


SOBRE Sérgio Bernardes

O carioca Sérgio Bernardes (1919-2002) é talvez o maior exemplo da desenvoltura com que um arquiteto pode transitar entre as escalas de projeto – do macro ao micro. Projetou até os mínimos detalhes estruturas de grande complexidade, desenhou produtos – de aviões a cadeiras –, sempre de forma engenhosa e experimental. Formado pela Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro), em 1948, teve seu projeto para o Country Club de Petrópolis, no Rio de Janeiro, publicado na revista francesa L’Architecture d’Aujourd’hui, um ano antes de concluir o curso, em uma edição dedicada à nova arquitetura brasileira. No início da carreira, o arquiteto e urbanista – e também designer, escritor, poeta e inventor – trabalhou com Lucio Costa (1902-1998) e Oscar Niemeyer (1907-2012). Conhecido por seus projetos residenciais, como a célebre Casa Lota de Macedo Sores (1951), cuja originalidade e a combinação de materiais como metal, sapé, vidro e pedra tiveram grande impacto no panorama da arquitetura nacional na época, é autor de obras representativas, como o Pavilhão do Brasil na Feira de Bruxelas (1958), o hotel Tropical Tambaú (1960), em João Pessoa, e o Pavilhão de São Cristóvão (1958-1960), no Rio de Janeiro. Ganhou três bienais, dentre elas a de Veneza, em 1964. No universo do produto, a poltrona Rampa é uma síntese de seu pensamento: autêntica, única, inovadora, liberta de quaisquer formas ou estruturas preestabelecidas para essa tipologia de produto. Até hoje, mais de 40 anos depois de ter sido projetada, permanece insuperada. “Sérgio Bernardes não era designer, nem por formação nem por inserção profissional. No entanto, transitou com bastante desenvoltura pelo território usualmente reservado a essa categoria, atravessando com alguma frequência a fronteira imaginária que separa arquitetura e design”, escreveu Rafael Cardoso no ensaio “O curioso caso de Sergio Bernardes: investigações conceituais de um ‘arquitudo’ no mundo do design”, para o livro Sérgio Bernardes (2010, ed. Artviva), organizado por Kykah Bernardes e Lauro Cavalcanti.

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