ESTAÇÃO

POR

Domingos Tótora

A Estação Maria de Fé, na cidade natal do designer mineiro, inspira esta delicada criação que faz parte da linha Egrégora, lançada com exclusividade pela dpot.
“Trilhos que transpassam caminhos, vencem distâncias e encontram morada: Estação Maria da Fé.” É assim que o designer mineiro Domingos Tótora fala sobre a inspiração para este banco que integra a linha Egrégora, criada por ele em parceria com o arquiteto e urbanista alagoano Rodrigo Ambrosio.
Fabricado artesanalmente com papel Kraft reciclado – material de eleição de Tótora – e metal, o banco Estação é uma das peças da coleção que une a maturidade do trabalho do designer mineiro, com suas peças que desafiam a fronteira entre a arte e o design, e a contemporaneidade da linguagem de Ambrosio.
Composta por sete peças – três bancos (Estação, Estrada e Sedimentos), duas poltronas (Sesmaria e Mantiqueira) e duas luminárias (Fenda e Arqueus) –, a Egrégora foi criada a quatro mãos, durante as muitas visitas de Ambrosio a Maria da Fé, cidade natal de Tótora.
A inspiração para dar vida a peças delicadas e poéticas é um cenário para lá de familiar ao designer mineiro: a paisagem e a vida na Serra da Mantiqueira. “De certo modo, é uma continuidade do meu percurso acrescido da experiência conceitual do Rodrigo”, diz. “O fio-condutor é o solo, a terra, tudo o que remete ao chão, além do relevo e das formas orgânicas.”

MEDIDAS
Altura: 45 cm
Largura: 49 cm
Profundidade: 41 cm

MATERIAIS E ACABAMENTO
Papel Kraft reciclado e aço carbono.


SOBRE Domingos Tótora

Domingos Tótora nasceu e cresceu na pequena Maria da Fé, cidade na Serra da Mantiqueira, no sul de Minas Gerais. Cursou artes plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Após concluir os estudos, retornou à sua cidade natal e elegeu o papel reciclado como matéria-prima de seu trabalho, que transita entre a arte e o design. De extrema beleza, suas peças incluem vasos, fruteiras, centros de mesa e peças de mobiliário que remetem às cores e texturas da natureza, como cascas de árvore, pedras e terra. Os objetos que fabrica reproduzem os efeitos de luz e sombra do sol com a mesma intensidade que a luz solar percorre os vales. No estúdio Domingos Tótora, fundado em 2005, desenvolve protótipos simultaneamente à produção das peças, em um processo no qual concepção e execução caminham juntas e se complementam em todos os níveis, da matéria-prima aos aspectos econômicos e sociais. O espaço, cuja arquitetura favorece a integração com o entorno e com a paisagem montanhosa e exuberante da região, abriga também seu showroom. “Natureza e peças se reconhecem e interagem”, diz o artista. A beleza do trabalho de Tótora não está apenas no resultado final. Manifesta-se na sua filosofia de criação e no respeito pelo meio ambiente. Para ele, a sustentabilidade deve ser uma prática e não apenas um discurso. Seu processo de produção é 100% manual e, desde 2007, tem a certificação do Instituto de Qualidade Sustentável (IQS). Na primeira etapa, o papel Kraft reciclado é desmanchado, formando uma massa de celulose à qual é adicionada cola. Em seguida, as peças são moldadas. Após a secagem, são impermeabilizadas com verniz. Para reproduzir as peças, o designer conta com a ajuda outros 12 artesãos. Nos últimos anos, a originalidade e elegância de suas criações vêm sendo reconhecidas em diversos prêmios. Uma das mais premiadas é a mesa Água. Em 2008, conquistou o primeiro lugar e uma menção Honrosa no Craft + Design e o segundo lugar no Objeto Brasileiro, na categoria objeto de produção autoral. Um ano depois, a mesa-escultura foi a primeira colocada na categoria Design Sustentável no Top XXI e venceu o Brazil Design Awards, na categoria mobiliário. Em 2010, o reconhecimento veio na Bienal Ibero-americana de Design (BID), na Espanha. No mesmo ano, seu banco Solo levou o primeiro lugar no 24° Prêmio Design Museu da Casa Brasileira, na categoria mobiliário. Em 2011, o móvel foi selecionado para o Brit Insurance Design of the Year, do London Design Museum, e figurou entre os finalistas do Greenbest 2011, concurso nacional de consumo e iniciativas com foco no meio ambiente. Em 2013, o designer teve sua trajetória retratada no livro Domingos Tótora (ed. Papel & Tinta), escrito pela arte-educadora Maria Sônia Madureira de Pinho e lançado na Dpot, durante o Design Weekend.

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