
Marcenaria Baraúna
Os arquitetos Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz e Marcelo Suzuki, que haviam se conhecido ainda nos tempos de graduação na FAU-USP, fundaram o Brasil Arquitetura em 1979, realizando trabalhos juntos e em parceria com outros profissionais. Um deles foi o projeto para o SESC Pompeia, colaboração de Ferraz com Lina Bo Bardi, que foi especialmente marcante, pois a experiência de projetar e produzir in loco levou à ideia de criarem uma marcenaria própria, entendendo que todas as escalas de projeto não eram e nem deveriam ser hierarquizadas. Assim, em 1986, abriram uma pequena oficina batizada de Marcenaria Baraúna e começaram a fazer móveis para mobiliar casas de amigos e clientes.
A criação de peças de linha começou no ano seguinte com as cadeiras Frei Egídio e Girafa. Em 2016, as peças foram incorporadas ao acervo de arquitetura e design do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). Nelas, fica claro que o partido de projeto dos móveis da Baraúna manifestava de fato o mesmo raciocínio que orientava a prática arquitetônica, buscando pureza estrutural, conforto, economia de meios, durabilidade e beleza. Mais do que isso, os móveis da Baraúna, feitos em madeiras maciças nacionais por processos artesanais e com acabamento cuidadoso, visavam, como ainda visam, equacionar elementos da cultura brasileira a preceitos do design moderno e contemporâneo.
Após a saída de Marcelo Suzuki, em 1994, vários profissionais passaram pelas pranchetas da Baraúna, que conta ainda hoje com Francisco e Marcelo como sócios e Claudio Corrêa liderando a equipe de projetos. Além das peças de linha, o Estúdio Baraúna desenvolve inúmeros projetos sob encomenda e em parceria com o Brasil Arquitetura, escritório responsável por projetos residenciais e institucionais de grande porte, como o Cais do Sertão (Recife), o Museu do Pão (Ilópolis) e a Praça das Artes (São Paulo).
A Baraúna, ao completar 30 anos, inaugura uma nova etapa em sua história e passa a ter todo seu catálogo de linha em distribuição nacional com exclusividade pela dpot.
Os designers
Francisco Fanucci graduou-se arquiteto pela FAU-USP em 1977. É sócio-fundador do escritório Brasil Arquitetura desde 1979, juntamente com Marcelo Ferraz, responsável por vários projetos realizados e premiados no Brasil e no exterior. É também sócio-fundador da Marcenaria Baraúna, onde projeta e produz móveis com madeiras maciças brasileiras desde 1986. Entre as peças que criou para a empresa estão os banquinhos Caipira (1988), a mesa Cambuí (1997), e as linhas de assentos PB (1990), Cubo (1999), Filó (2001) e Nut (2013), além de co-assinar a linha corporativa Baraúna Escritórios, de 2002.
Marcelo Ferraz graduou-se arquiteto em São Paulo pela FAU-USP em 1978. Foi colaborador de Lina Bo Bardi de 1977 a 1992, tendo participado de todos os seus projetos nesse período, com destaque para o SESC Pompeia, em São Paulo. Dirigiu o Instituto Lina Bo e P. M. Bardi, de 1992 a 2001, e o Programa Monumenta, criado pelo Ministério da Cultura para a recuperação das cidades Históricas Brasileiras, entre 2003 e 2004. É sócio-fundador do escritório Brasil Arquitetura desde 1979, juntamente com Francisco Fanucci, responsável por vários projetos realizados e premiados no Brasil e no exterior. É também sócio-fundador da Marcenaria Baraúna, por meio da qual projeta e produz móveis de madeira desde 1986. Entre as peças que criou para a empresa estão a linha Girafa e a cadeira Frei Egídio (1987), criadas em parceria com Lina Bo Bardi e Marcelo Suzuki, o banco Light (1987), o Plano H40 (1990), o banco Jaguatirica (2006), e as linhas de assentos Shibui (2006) e Maria (2015).
Marcelo Suzuki graduou-se como arquiteto pela FAU-USP em 1980, onde também se tornou doutor em 2010. Foi sócio-fundador do escritório Brasil Arquitetura, criado em 1979, e da Marcenaria Baraúna, fundada em 1986, dos quais se desligou em 1994. Durante o período em que esteve à frente das empresas, desenvolveu projetos como a linha Girafa e a cadeira Frei Egídio (1987), criadas em parceria com Lina Bo Bardi e Marcelo Ferraz, e as linha de assentos Brava (1991), Japão (1992) e Borboleta (1993). Desde 1995, atua em escritório próprio e como professor de Projeto no Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP, em São Carlos.
Claudio Corrêa graduou-se arquiteto e urbanista pela FAU-USP em 2001. Desde 1997, integra a equipe de projeto de mobiliário da Marcenaria Baraúna e o Brasil Arquitetura. Ao longo desses anos, elaborou e acompanhou a produção de mais de 2.000 itens de mobiliário, desenvolvidos para uso doméstico e institucional, como Museu Afro Brasil (São Paulo, SP, 2004), Fundação Darcy Ribeiro (Brasília, DF, 2010), Museu Luiz Gonzaga (Recife, PE, 2013), Arquivo Histórico do Município de São Paulo (São Paulo, SP, 2014) e Restaurante Tuju (São Paulo, SP, 2014). Entre as peças de linha, destacam-se a linha de mesas Valsa (1999), de assentos Parabiwa (2005), o bufê Ubatuba (2007) e o sistema de racks e aparadores Harmonia (2015), premiado no Prêmio Design Museu da Casa Brasileira.
Mina Warchavchik Hugerth graduou-se como arquiteta pela Escola da Cidade em 2009 e mestra pela FAU-USP em 2015. Entre 2010 e 2013, trabalhou como arquiteta e desenhista de móveis na Marcenaria Baraúna, por meio da qual projetou a mesa W (2012), finalista no Prêmio Design Museu da Casa Brasileira. Em 2015, retornou à Marcenaria Baraúna para organizar o livro Marcenaria Baraúna – Móvel como Arquitetura, em comemoração aos 30 anos de atividade da marca.
Renata Puglia graduou-se como arquiteta e urbanista pela FAAP em 2001 e atuou na equipe da Marcenaria Baraúna entre 2002 e 2008. Nesse período, projetou inúmeros móveis sob encomenda e algumas peças de linha, entre os quais o bufê Zig (2005), carrinho de chá Zig (2007) e aparador Brutus (2008). Em 2008 ingressou no universo têxtil, tornou-se membro do SDA (Surface Design Association) e, desde então, vem desenvolvendo trabalhos autorais e experimentais nessa área.