CABIDEIRO STAND BY

POR

Claudia Moreira Salles

Mancebos são predestinados pelo uso a parecerem iguais. Carregados de casacos, mochilas, cachecóis e que tais se transformam num vulto desordenado com que nos deparamos ao entrar e sair de casa. Nas palavras da designer Claudia Moreira Salles, “o desenho do mancebo Stand by tentou ser uma alternativa à forma mais recorrente do móvel, cuja base, geralmente em forma de tripé, sustenta uma coluna de onde saem braços ou ganchos para pendurar roupas e outros pertences”.
Uma tábua de madeira maciça onde são inseridos pequenos sarrafos é unida de forma assimétrica a uma base cilíndrica de concreto que dá estabilidade à peça. Os ganchos faceiam a superfície da madeira e com um toque se abrem para o uso, como uma alavanca de liga/desliga. Uma cumbuca de madeira, pousada na beira da base de concreto serve para colocar as chaves. As madeiras usadas na fabricação variam, podendo ser pinho-de-riga, ipê, catuaba e freijó, entre outras, dependendo da disponibilidade. Devido às peculiaridades dos tons e veios da madeira maciça, cada peça tem características únicas.
Em 2017, o móvel foi o vencedor da primeira edição do Prêmio Casa Vogue Design na categoria Complementos.

MEDIDAS
Altura: 175 cm
Largura: 20 cm
Profundidade: 33 cm

MATERIAIS E ACABAMENTO
Maderia maciça e concreto ou mármore.


SOBRE Claudia Moreira Salles

Formada pela Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI/RJ), em 1978, a carioca Claudia Moreira Salles teve o privilégio de iniciar sua carreira convivendo com o primeiro time do design brasileiro: trabalhou sob orientação de Freddy Van Camp e Karl Heinz Bergmiller na criação de sistemas complexos de mobiliário para escritórios e bibliotecas. Em 1988, abriu seu próprio escritório, em São Paulo, e começou a desenhar para a Nanni Movelaria (1981-1995), marco na história do móvel brasileiro. Desde então, especializou-se na criação de mobília em madeira. Tem diversos produtos comercializados por empresas no Brasil e no exterior, além de se dedicar ao desenvolvimento de projetos de design de interiores para residências e escritórios. Reconhecidamente um dos expoentes do design brasileiro de sua geração, tem seu trabalho fartamente exposto e publicado. Já realizou três exposições individuais – na Casa França Brasil (RJ, 1998), no Museu da Casa Brasileira (SP, 2005) e no Paço Imperial (RJ, 2006) – e teve sua carreira coroada com dois livros. “Claudia Moreira Salles – Designer” (2005, BEI Editora) traz uma análise da jornalista e curadora Adélia Borges sobre a contribuição da artista para o design nacional a partir da análise de seus móveis mais representativos. “Na contracorrente do culto atual à novidade, à celebridade, ao alarde, ao espetáculo, este é um trabalho silencioso, cujas qualidades de constância e densidade o tempo só nos ajuda a melhor usufruir”, observa Adélia. Publicado em 2013, "Claudia Moreira Salles" (BEI Editora) reconta a trajetória profissional da designer e seu processo produtivo por meio de suas principais obras. Escrito pela própria Claudia, tem entrevista e prefácio assinados pela curadora e crítica de design norte-americana Karen Stein. “Claudia Moreira Salles nos mostra que o impacto duradouro vem não de se destacar provocativamente na multidão, mas de se colocar de modo decidido no meio dela, com os olhos bem abertos”, escreveu Karen na introdução do volume. Em 2016, lançou na dpot o livro “Sintonia Fina – Luminárias” (BEI Editora), sobre sua produção de luminárias com madeira de demolição, cobre e nióbio. Em 2017, Claudia Moreira Salles foi eleita a Designer do Ano na edição de estreia do Prêmio Casa Vogue Design. O júri elegeu ainda o Mancebo Stand By, lançado com exclusividade pela dpot, o vencedor na categoria Complementos e selecionou a mesa Tal como finalista na categoria Mobiliário.